O caso real
Uma cliente procurou um estúdio de beleza em Osasco para realizar um alongamento de cílios. O que parecia ser um procedimento simples se transformou em um verdadeiro pesadelo.
Segundo relato da própria cliente, durante o procedimento o profissional utilizou quantidade exagerada de cola. Logo depois, vieram as primeiras queixas: ardência, dor intensa e irritação constante nos olhos.
No dia seguinte, ela voltou ao estabelecimento em busca de ajuda. Porém, a clínica não estava preparada para lidar com a situação e limitou-se apenas a devolver os R$ 138,00 pagos pelo procedimento.
Inconformada, a cliente precisou procurar atendimento em pronto-socorro várias vezes. O diagnóstico inicial foi de blefarite, mas o quadro se agravou e evoluiu para uma dacriocistite grave — uma infecção no saco lacrimal que acabou exigindo cirurgia corretiva.
Sem apoio da clínica, a paciente decidiu recorrer à Justiça, pedindo o reembolso dos gastos médicos e indenização por danos morais.
O que disse o juiz
Na sentença, o juiz foi direto: “Se tivesse sido usada a quantidade correta de produto, os problemas provavelmente não teriam acontecido. E pior: não há qualquer prova de que a cliente foi avisada sobre os riscos do procedimento, tampouco relato de assistência pós procedimento. A clínica falhou no dever de informar.”
Conclusão
O estúdio de beleza foi condenado a indenizar a cliente por danos morais e materiais, além de arcar com custas processuais e honorários advocatícios. O procedimento de R$ 138,00 acabou se transformando em um prejuízo de mais de R$ 15 mil.
As consequências para a clínica
- Reembolso de medicamentos: R$ 138,75.
- Indenização por danos morais: R$ 6.000,00.
- Honorários advoctícios para defesa processual: R$ 5.300,00
- Honorários advocatícios da outra parte: 17% sobre a condenação.
- Custas e despesas processuais: 70% para a clínica.
Além do impacto financeiro, o estúdio teve sua imagem comprometida, pois casos assim costumam repercutir negativamente na confiança dos clientes.
O que sua clínica pode aprender com este caso, quais os documentos necessários para sua proteção:
Este caso mostra que clínicas e estúdios de beleza precisam ir além da técnica estética. A prevenção jurídica é tão importante quanto a biossegurança. Alguns pontos essenciais:
- Avaliação prévia do cliente: alergias, histórico de sensibilidade ocular e condições médicas.
- Consentimento informado: documento claro sobre riscos e efeitos adversos.
- Registro de intercorrências: anotar imediatamente qualquer reação adversa.
- Acompanhamento pós-procedimento: orientação por escrito e canais de contato em caso de problemas.
- Contrato de prestação de serviços: protege tanto a clínica quanto o cliente.
Dica prática para aplicar já
�� Se sua clínica oferece alongamento de cílios ou procedimentos próximos aos olhos, revise hoje mesmo seu protocolo de intercorrências. Ele deve prever desde reações alérgicas simples até complicações mais graves, como infecções ou obstruções.
�� Garanta também que todo procedimento seja registrado e documentado – esses papéis são a sua defesa em juízo.
Conclusão: prevenção é o melhor investimento
Um procedimento que custou poucas centenas de reais terminou em um processo de mais de R$ 15 mil em indenizações, honorários e despesas.
A lição é clara: o preço da prevenção é menor do que o custo de um processo. Implementar protocolos jurídicos e documentais pode salvar sua clínica de prejuízos financeiros e, principalmente, de danos irreversíveis à reputação.
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